Escala pentatônica

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Pentatônica maior

A escala pentatônica maior, mais usada, é aquela derivada da escala maior (ou jônica, iônica) quando tiramos o 4º e o 7º grau. Exemplo de escala pentatônica maior em Dó (C):

C D E G A (ou Dó Ré Mi Sol La) ⇒ repare que as as notas F (Fá) e B (Si) da escala maior natural foram suprimidas

T 2 3+ 5 6 ⇒ graus da escala

Obs: qualquer escala de 5 notas com a terça maior poderia ser considerada como uma pentatônica maior, porém esta é a forma mais comum.


Pentatônica menor

O mesmo raciocínio feito para a construção da escala pentatônica maior pode ser feito para construir a pentatônica menor que é baseada na escala menor natural, porém sem o 2º e o 6º grau. Veja o exemplo de uma escala pentatônica menor em Dó (C):

C Eb F G Bb (ou Dó Mib Fa Sol Sib)

T b3 4 5 b7

  • Obs: qualquer escala de 5 notas com a terça menor poderia ser considerada uma pentatônica menor porém esta é a mais usada.

Esta é a escala preferida pelos músicos de blues, rock e metal. Nela podemos incluir, ainda, uma sexta nota, no grau b5, também chamada de blue note, formando assim uma escala típica do blues.


Outras escalas pentatônicas

Como já foi dito, podemos montar escalas pentatônicas bastando, para isto, pegar 5 notas distintas quaisquer.Pentas menores:


Pentas menores: C Eb F G Bb ⇒ penta menor com sonoridade próxima da escala menor natural C Eb F Ab Bb ⇒ penta menor com sonoridade próxima da escala frígia C Db F G Bb ⇒ penta menor com sonoridade japonesa C Eb F G A ⇒ penta menor com sonoridade jazz C Eb F A Bb ⇒ penta menor com sonoridade alterada

C

C Eb F G Bb ⇒ penta menor com sonoridade próxima da escala menor natural C Eb F Ab Bb ⇒ penta menor com sonoridade próxima da escala frígia C Db F G Bb ⇒ penta menor com sonoridade japonesa C Eb F G A ⇒ penta menor com sonoridade jazz

C Eb F A Bb ⇒ penta menor com sonoridade alterada

Eb F G Bb ⇒ penta menor com sonoridade próxima da escala menor natural

C Eb F Ab Bb ⇒ penta menor com sonoridade próxima da escala frígia

C Db F G Bb ⇒ penta menor com sonoridade japonesa C Eb F G A ⇒ penta menor com sonoridade jazz

C Eb F A Bb ⇒ penta menor com sonoridade alterada entas maiores

C D E G A ⇒ penta maior com sonoridade próxima da escala maior natural C D E G Bb ⇒ penta maior com sonoridade próxima da escala mixolídia

C D E Gb A ⇒ penta maior com sonoridade jazz ou lídio Pentas maiores

C D E G A ⇒ penta maior com sonoridade próxima da escala maior natural

C D E G Bb ⇒ penta maior com sonoridade próxima da escala mixolídia

C D E Gb A ⇒ penta maior com sonoridade jazz ou lídio

Pentas maiores

C D E G A ⇒ penta maior com sonoridade próxima da escala maior natural

C D E G Bb ⇒ penta maior com sonoridade próxima da escala mixolídia

C D E Gb A ⇒ penta maior com sonoridade jazz ou lídio

Aplicações

  • As escalas pentatônicas maiores e menores são as escalas mais estáveis pois não possuem intervalos de semitom e por isso são facilmente reproduzidas vocalmente, podendo ser cantadas
  • As escalas pentatônicas são mais ambíguas do que as escalas diatônicas de 7 notas e por isso são boas opções para o improviso,assim para um mesmo acorde podemos escolher várias pentas que soarão bem com ele…
  • Invertendo as notas desta mesma escala pentatônica maior temos outras quatro escalas pentatônicas. Assim a escala penta maior de C começada na nota A formará a escala penta menor de A.
  • Na guitarra ou violão podemos memorizar facilmente os 5 padrões ou shapes formados por cada inversão da escala pentatônica e usá-los para o improviso
  • No blues é comum usarmos a pentatônica menor para improvisar sobre um acorde dominante maior. Por exemplo, podemos improvisar com a penta menor de Lá (A) no acorde A7 (lá maior dominante).

Fonte: Wikipedia

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010


Escala Diatônica

Todas as escalas musicais empregadas na música ocidental não passam de variantes da escala diatônica. Ela teve origem na antiga Grécia.

O sábio grego Pitágoras acreditava que tudo no universo está governado pelos números. Ele notou que, quando uma corda esticada é posta em vibração, ela produz um certo som. Se o comprimento da corda vibrante for reduzido à metade, um som mais agudo é produzido, que guarda uma relação muito interessante com o primeiro. Para entender melhor o que Pitágoras fez, vamos pensar na corda dó de uma viola ouvioloncelo moderno. Quando submetida a uma certa tensão, se a corda vibra em toda a sua extensão, ela produz um som de uma certa frequência, que se convencionou chamar de dó. O instrumentista varia o comprimento da corda vibrante, pondo o dedo em certas posições na corda. O que Pitágoras fez foi dividir a corda segundo a sequência de frações {1\over 2}, {1\over 3}, {1\over 4}, {1\over 5}. Assim foram obtidas as notas que hoje nós chamamos dó, sol, fá, mi.

Cordado1.jpg

Como a frequência do som produzido por uma corda vibrante é inversamente proporcional ao comprimento da corda, se atribuimos o valor 1 à frequência fundamental da corda, as frequências das outras notas que acabamos de obter resultam: mi = {5\over 4}, fá = {4\over 3}, sol = {3\over 2}.

Assim, as notas musicais são geradas a partir de relações de números simples com a frequência fundamental. Ao multiplicarmos a frequência de uma nota por 2, obtemos uma outra nota que recebe o mesmo nome da anterior. Se multiplicamos a frequência por {3\over 2}, obtemos uma nota que guarda com a anterior uma relação harmônica tão interessante que ela recebe um nome especial: a dominante.

É claro que uma escala musical com só quatro notas como a que obtivemos acima é muito pobre, mas a verdade é que todas as notas musicais podem ser geradas a partir da dominante. Por exemplo, se quisermos saber qual é a dominante do mi, só precisamos multiplicar a frequência do mi por {3\over 2}:

{5\over 4} * {3\over 2} = {15\over 8}; obtivemos assim uma outra nota, que chamamos de si.

Se multiplicarmos a frequência do fá por {3\over 2} obteremos a própria nota dó, provando assim que a dominante do fá é dó: {4\over 3} * {3\over 2} = 2

Já sabemos que sol é a dominante de dó; para saber qual é a dominante do próprio sol, fazemos {3\over 2}*{3\over 2}={9\over 4}. Obtemos então uma nota mais aguda que o segundo dó; dividindo sua frequência por 2 (para que ela fique na primeira gama que estamos tentando preencher), {9\over 4}*{1\over 2}={9\over 8} - obtemos assim uma outra nota, que vamos chamar de ré.

Assim, seguindo o método acima, procurado achar a dominante de cada nota obtida (multiplicando sua frequência por 3/2), acabamos por obter a escala diatônica completa:

misolsi
19/85/44/33/25/315/82
VVVVVVV
9/810/916/159/810/99/816/15

Percebemos que a dominante é o quinto grau da escala. Uma quinta acima do dó está o sol; uma quinta acima do sol está o ré; uma quinta acima do ré está o lá; assim, seguindo o ciclo das quintas, obtemos todas as notas da escala diatônica e retornamos ao dó.

Para sabermos em que ponto da corda dó o instrumentista deve pôr o dedo para obter as notas sucessivas da escala diatônica, basta olharmos a figura abaixo:

Cordado2.jpg


Intervalos

O intervalo entre duas notas é definido da seguinte maneira: se a frequência de uma nota é f1, e a da outra é f2, então o intervalo entre elas é a razão \frac{f_2}{f_1}. Se esta razão for igual a 2, o intervalo é chamado de oitava justa. Outros intervalos também recebem nomes especiais: {3\over 2} =quinta justa, {4\over 3} = quarta justa, {5\over 4} = terça maior, {6\over 5} = terça menor, {9\over 8} = tom maior, {10\over 9} = tom menor, {16\over 15} = semitom. O intervalo entre o tom maior e o tom menor, igual a 81/80, é chamado uma coma pitagórica, e é considerado o menor intervalo perceptível pelo ouvido humano.


Formação das escalas maiores

A escala que acabamos de obter também se chama a escala de dó maior. Se tivéssemos começado com a corda sol de um instrumento musical, e fizéssemos a mesmíssima divisão da corda que fizemos acima, obteríamos não mais a escala de dó maior, mas sim a escala de sol maior. A escala que criamos acima tem a seguinte distribuição de intervalos:

misolsi
VVVVVVV
tomtomsemitomtomtomtomsemitom

Suponhamos que queremos formar uma escala que soe melodicamente igual à escala de dó maior, mas começando na nota sol.

solsimisol
VVVVVVV
tomtomsemitomtomtomsemitomtom

A escala acima não soa melodicamente igual à escala de dó maior, e é fácil ver porque. A distribuição dos semitons não é a mesma. Para que isto aconteça, uma nota da escala tem que ser alterada. Mais precisamente, o fá tem que subir um pouco para ficar mais próximo do sol e mais longe do mi. Ou seja: dizemos que o fá tem que virar fá sustenido. Resolvendo uma equação, acharemos facilmente que precisamos multiplicar a frequência desta nota por 25/24.

Definição: Sustenir uma nota é multiplicar sua frequência por 25/24.

Similarmente, se quisermos criar uma outra escala que soe melodicamente igual à escala de dó maior, mas começando na nota fá, veremos que teremos que alterar uma nota da escala. Mais precisamente, o si vai ter que virar si bemol.

Definição: Bemolizar uma nota é multiplicar sua frequência por 24/25.


Fontes wikipedia